Prefácio
Propósito: Para apresentar a suficiência e superioridade de Cristo.
Autor: O autor não e dado no texto. Paulo, Barnabé e Priscila estão entre muitos possíveis autores que são sugeridos.
Audiência: Cristãos Hebreus (talvez cristãos da segunda geração Veja 2:3 ) que poderiam estar considerando um retorno ao Judaísmo, talvez por causa da imaturidade, vinda de uma falta de entendimento das verdades bíblicas; e todos os crentes em Cristo.
Escrito em: Provavelmente antes da destruição do templo em Jerusalém em 70 D.C. Porque os sacrifícios religiosos e cerimoniais são mencionados no livro, mas nenhuma menção da destruição do templo é feita.
Cenário: Esses cristão Judeus estavam provavelmente sofrendo forte perseguição, socialmente e fisicamente, de tantos judeus quanto romanos, e as pessoas precisavam ser tranquilizadas que o cristianismo é verdadeiro e que Jesus é de fato o messias.
Caráter e objetivo da epístola
No prólogo da chamada Epístola aos Hebreus (Hb) lemos: “Havendo Deus, outrora, falado… pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho” (1.1-2). Sobre este testemunho de fé, ponto permanente de referência para a totalidade do escrito, o seu autor estabelece desde o próprio começo o fundamento teológico da exposição que irá abordar em seguida.
O seu objetivo é proclamar a universal supremacia de Jesus Cristo, a Palavra de Deus encarnada na realidade imediata do ser humano (cf. Jo 1.14). No entanto, o caráter de Hebreus é principalmente exortatório. Assim é como o autor o concebe (13.22), que ao longo de toda a carta entrelaça os ensinamentos teóricos com conselhos e recomendações práticas, a fim de garantir a fé dos seus leitores cristãos em meio aos desalentos, temores e sofrimentos da vida presente.
Teologia de Hebreus
O discurso teológico de Hebreus se desenvolve através de uma constante valorização do sentido do Antigo Testamento à luz da pessoa e da obra de Jesus, o qual, mediante o seu sacrifício na cruz, traz a salvação ao mundo (Jo 3.16-17).
Em Cristo, Deus culmina a sua revelação, a qual já antes havia iniciado ao falar “de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas” (1.1); porque Cristo é a Palavra eterna, a mesma Palavra dita por Deus aos antepassados. A Epístola aos Hebreus põe em destaque o caráter único de Jesus, o Filho de Deus, e a sua categoria superior a qualquer outra (1.2-4), seja dos anjos (1.4—2.18), de Moisés (3.1—4.13) ou do sacerdócio levítico (4.14—7.28). Somente Jesus é o “grande sumo sacerdote que penetrou os céus” (4.14) e que, por meio do seu sangue, nos abriu um novo e vivo caminho “para entrar no Santo dos Santos” (10.19-20).
Perante a lei de Moisés e o culto da antiga aliança, com o seu complicado cerimonial e os seus sacrifícios, Cristo entrega o seu próprio corpo como oferta feita “uma vez para sempre” (9.26-28; 10.10,14). Desse modo, se constitui em “fiador” (7.22), isto é, em penhor e garantia de uma aliança nova e definitiva.
Um grande espaço de Hebreus está dedicado à descrição do sistema de culto e à instituição sacerdotal de Israel, para assinalar as suas limitações e a sua caducidade (7.18-19,23,27-28; 8.13; 9.9-12; 10.1) e para contrapô-los com a pessoa de Jesus Cristo, cuja morte profética se deu para resgatar do pecado; somente nela é que o sacerdócio levítico, as ofertas e os sacrifícios rituais prescritos pela lei mosaica alcançam a plenitude do seu sentido. Jesus Cristo é o Sumo sacerdote perfeito, a quem Deus constituiu, “não conforme a lei de mandamento carnal, mas segundo o poder de vida indissolúvel… sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque” (7.16-17). Cristo é o único que, “com uma única oferta, aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados” (10.14).
Na medida em que desenvolve o seu pensamento, o autor de Hebreus vai anotando recomendações e advertências concretas, de aplicação atual para a vida dos crentes, de tal modo que em nenhum momento se perde a índole exortatória do texto. Ver a esse respeito as seguintes passagens: em umas se previne contra a infidelidade, a apostasia, a desobediência e a recaída no pecado (2.1-4; 3.7-19; 4.11-13; 5.11—6.20; 10.26-39); em outras se anima a manter firme a fé e não desanimar (10.19-25; 12.1-13) e, em outras, se aconselha sobre a conduta cristã, a pureza da doutrina e a necessidade da intercessão fraternal (13.1-19,22).
As exortações que lemos nesta epístola sugerem que as comunidades cristãs para as quais foram originalmente redigidas estavam passando por situações conflituosas, em parte nascidas no seu próprio seio e em parte provocadas pela pressão moral do ambiente social. E não é, provavelmente, por ter havido casos concretos de perseguição, mas sim que se estava sentindo nas igrejas uma certa hostilidade do meio social (12.1-2,4).
De qualquer maneira, devido a uma ou a outra causa, o certo é que alguns crentes estavam caindo no desânimo e abandonando a sua fé (2.1-4; 5.11—6.12; 10.23-27,32-39; 12.1-29).
Autor e Gênero Literário
Este escrito do Novo Testamento tem sido tradicionalmente chamado de Epístola aos Hebreus. No entanto, a sua redação não corresponde ao gênero epistolar: falta uma apresentação do autor, não indica destinatário e somente na conclusão menciona Timóteo antes de incluir umas rápidas saudações (13.23-25). Sobre a menção “aos Hebreus”, que figura exclusivamente no título e não é parte do texto, o seu caráter é tão geral, que não permite a menor identificação dos assim designados.
O autor demonstra ser um profundo conhecedor do Antigo Testamento, cujo texto cita sempre da tradução grega conhecida como LXX ou Versão dos Setenta (LXX). O seu domínio desse idioma lhe permitiu redigir, talvez por volta do ano 70, nossa Epístola aos Hebreus, que é, sem dúvida, o documento estilisticamente mais
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