Conheça a vida dos Profetas Daniel, Ezequiel e Jeremias

JEREMIAS
Elevado ou nomeado por Jeová.

Um dos “profetas maiores” do Velho Testamento, filho de Hilquias, um sacerdote de Anatote (Jr 1:1; Jr 32:6). Foi chamado para o ministério profético quando ainda era novo (Jr 1:6), no 13º ano de Josias (628 a.C.). Deixou a sua cidade natal e foi viver para Jerusalém, onde ajudou imenso Josias na sua obra de reforma (2Rs 23:1-25). A morte deste pio rei foi chorada pelo profeta como uma calamidade nacional (2Cr 35:25).

Durante os três anos de reinado de Joacaz, não encontramos qualquer referência a Jeremias mas no início do reinado de Jeoiaquim, a inimizade do povo para com ele foi notada através de uma amarga perseguição que lhe fizeram e ele foi, aparentemente, preso (Jr 16:5). No quarto ano de Jeoiaquim, foi-lhe ordenado que escrevesse as profecias que lhe tinham sido dadas e que as lesse no dia do jejum. Isto foi feito por Baruque, o criado que estava ao seu serviço, produzindo grande excitação. O rolo foi lido perante o rei. Imprudentemente, ele agarrou no rolo, cortou-o em pedaços, deitou-o para o fogo e ordenou que Baruque e Jeremias fossem presos. Jeremias arranjou outro rolo e nele escreveu tudo o que estava no rolo que o rei destruíra e “muitas palavras semelhantes” se acrescentaram (Jr 36:32).

Ele permaneceu em Jerusalém, proferindo, por vezes, palavras de aviso mas que não surtiram qualquer efeito. Esteve lá quando Nabucodonozor sitiou a cidade (Jr 37:4, 5) em 589 a.C. O rumor de que os egípcios se aproximavam com o fim de ajudarem os judeus fez com que os caldeus se retirassem e voltassem ao seu país. Isto deu-se, contudo, durante somente algum tempo. O profeta, como resposta à sua oração, recebeu uma mensagem de Deus, anunciando que os caldeus voltariam novamente e tomariam a cidade, queimando-a (Jr 37:7, 8).

Os príncipes, enraivecidos por causa de tal mensagem transmitida por Jeremias, encerraram-no na prisão (Jr 37:15-38:13). Ainda lá se encontrava quando a cidade foi tomada (588 a.C.). Os caldeus libertaram-no e mostraram-se bondosos para com ele, permitindo-lhe que escolhesse um lugar para viver. Jeremias foi para Mizpá com Gedalias, que fora feito governador da Judeia. Joaná sucedeu a Gedalias e, tendo-se recusado a ouvir os conselhos do profeta, desceu ao Egipto, levando Jeremias e Baruque consigo (Jr 43:6). Foi ali que, provavelmente, o profeta passou o resto dos seus dias, tentando, em vão, levar o povo de volta para Deus, contra quem, há muito, se tinham revoltado (44). Viveu até ao reinado de Evil-Merodaque, filho de Nabucodonozor e deve ter morrido com cerca de noventa anos. Não existe qualquer registo autêntico da sua morte. Deve ter morrido em Tapanes ou, de acordo com a tradição, terá ido para a Babilónia com o exército de Nabucodonozor; mas nada disso é certo.

DANIEL
“Deus é o meu juiz”.

Um dos quatro profetas maiores, embora ele nunca seja mencionado como profeta no Velho estamento. A sua vida e profecias estão registadas no Livro de Daniel. Era descendente de uma das famílias nobres de Judá (Dn 1:3) e nasceu provavelmente em Jerusalém em 623 a. C., durante o reinado de Josias. Quando se deu a primeira deportação de Judeus, por Nabucodonozor (o reino de Israel tinha chegado ao seu fim quase um século antes), ou imediatamente a seguir à sua vitória sobre os egípcios, na segunda batalha de Carquemis, no quarto ano do reinado de Jeoiaquim (606 a.C.), Daniel e outros três jovens da nobreza foram levados para a Babilónia, juntamente com parte dos vasos do templo. Aí ele foi obrigado a entrar para o serviço do rei da Babilónia e, de acordo com os usos dessa época, recebeu o nome caldeu de Belssazar, i.e., “Príncipe de Bel”, ou “Que Bel proteja o rei!” É provável que morasse no palácio de Nabucodonozor, agora apenas um montículo de ruínas de terra sem forma, denominado por Kasr, na margem direita do rio.

O treino que teve nas escolas dos sábios da Babilónia (Dn 1:4) tinha como objectivo prepará-lo para servir o império. 

Neste período, distinguiu-se pela sua devoção sincera e observância estrita da lei (Dn 1:8-16), ganhando a confiança e a estima dos seus superiores. O hábito de se concentrar e prestar atenção a tudo, adquirido durante os seus estudos em Jerusalém, tornou-o apto a dominar a ciência e o conhecimento dos caldeus e a ser melhor do que os seus companheiros.

Após três anos de disciplina e treino nas escolas reais, Daniel foi distinguido pela sua competência no campo da “ciência” do seu tempo, sendo, então, inserido na vida pública. Logo ficou conhecido pela sua capacidade em interpretar sonhos (Dn 1:17 e Dn 2:14) e foi elevado ao cargo de governador da província da cidade da Babilónia, tornando-se no “Príncipe dos governadores” e sendo colocado sobre todos os sábios da Babilónia. Ele tornou conhecido e interpretou o sonho de Nabucodonozor; e muitos anos depois, quando já era bem mais velho, por entre o alarme e a consternação da terrível noite em que se deu o banquete de Belsazar, ele foi chamado, a pedido da rainha mãe (talvez Nitocris, a filha
de Nabucodonozor), a fim de interpretar o que uma mão misteriosa escrevera na parede.

Foi e compensado com uma veste púrpura e elevado à posição de “terceiro dominador”. O lugar de “segundo dominador” era ocupado por Belsazar, em associação com o seu pai Nabonido, que ocupava o trono (Dn 5:16). Daniel interpretou o que tinha sido escrito e “naquela mesma noite foi morto Belsazar, rei dos caldeus”. Após a conquista da Babilónia, Ciro, que era agora senhor de toda a Ásia, desde a Índia até aos Dardanelos, colocou Dario, um príncipe da Média, no trono e durante os dois anos do seu reinado, Daniel ocupou a posição de primeiro dos “três príncipes” do império, ficando, assim, praticamente à frente de todos os negócios e interessando-se, sem dúvida,
pelo futuro dos judeus cativos (Dn 9:1-27>>), tendo, finalmente, a alegria de os ver voltar à sua terra, embora ele próprio não tivesse voltado com eles, permanecendo na Babilónia. A sua fidelidade a Deus expô-lo a várias perseguições, tendo sido atirado para uma cova com leões mas sendo milagrosamente salvo; após o que Dario emitiu um decreto, exigindo reverência para com “o Deus de Daniel” (Dn 6:26). Ele “prosperou no reinado de Dario e no reinado de Ciro, o Persa”, a quem terá influenciado grandemente no que se refere ao decreto que pôs fim ao cativeiro (536 a.C.).

Teve uma série de visões proféticas que lhe foram dadas por Deus e que concederam ao povo de Deus uma esperança de um futuro glorioso, as quais devem ter transmitido paz e felicidade ao seu espírito na sua velhice, futuro pelo qual ele esperou, no seu posto, até “ao fim dos dias”. O momento e as circunstâncias da sua morte não estão registadas. É provável que ele tenha morrido em Suza, com cerca de 85 anos. 

Ezequiel, de quem ele foi contemporâneo, menciona-o como um modelo de justiça (Dn 14:14,20) e sabedoria (Dn 28:3).

EZEQUIEL
“Deus fortalecê-lo-á”.


Um dos profetas maiores. Filho de Buzi, o sacerdote (Ez 1:3).
Foi um dos exilados que se estabeleceu em Tel-Abib, nas margens do Quebar, “na terra dos Caldeus.”
Foi, provavelmente, levado cativo juntamente com Joaquim (Ez 1:2; 2Rs 24:14-16), em cerca de 597 a.C. O seu chamado profético chegou-lhe “no quinto ano do cativeiro de Joaquim” (594 a. C.). Possuía uma casa no local onde estava exilado. No nono ano do seu exílio e devido a um repentino e imprevisto golpe, a mulher de Ezequiel morreu (Ez 8:1 e Ez 24:18).

Ele ocupava um lugar de proeminência entre os exilados e era, frequentemente, consultado pelos anciãos Ez 8:1; Ez 11:25; Ez 14:1; Ez 20:1. O seu ministério durou cerca de 23 anos (Ez 29:17) – 595-573 a. C. – e durante parte desse período, ele foi contemporâneo de Daniel (Ez 14:14 e Ez 28:3), Jeremias e provavelmente de Obadias.

Não são conhecidos o momento e modo como ele morreu. Aponta-se o local do seu túmulo como estando nas vizinhanças de Bagdade, num local chamado Keffil.

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